Aluna:LARISSA CRISTIE PINTO GARCIA
Orientadora: Eliz Marine Wiggers
Orientadora: Eliz Marine Wiggers
PESQUISA
E INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA NOS CONTEXTOS DE EDUCAÇÃO E
SAÚDE
Segundo EIZERIK apud ZANELLA (2009), não é o lugar que
irá definir a prática do profissional Psicólogo Social, todavia a priori, é a
capacidade de refletir criticamente sobre teorias, métodos e práticas. E desta
forma, portanto, avaliando os resultados e pensando acerca das necessidades do
país que nos encontramos. Dentro da Psicologia Social há vertentes a serem
trabalhadas, todavia onde se faça necessário, o estudo e intervenção em
determinado grupo social. No Brasil, podemos chamar a Psicologia Social
Comunitária no contexto da Educação de, Psicologia Escolar, Psicologia
Educacional, Psicologia da Educação e Psicologia na Educação. Historicamente a
ideia da infância vem sendo determinada socialmente pela organização social
capitalista e definida pelos interesses da burguesia. Todavia, o
desenvolvimento da criança passou a ser considerado algo natural e puramente
individual. Portanto nessa perspectiva a escola vem negando-se, desta maneira a
responsabilizar-se pelos fracassos e marginalização, apontando para a própria
criança ou para o meio social, como os responsáveis por estes fenômenos
sociais.
‘’
Afirmar que a criança é sujeito da
ação pode causar certa estranheza numa sociedade que nega o papel social da
infância. Isto fica mais explicito quando consideramos as diferentes formas de
participação da criança em condições sociais distintas. As crianças pobres da
cidade e da zona rural trabalham desde que tenham o desenvolvimento físico
suficiente. [...] Por outro lado, as crianças dos diferentes estratos da classe
média são consumidoras importantes, enquanto filhos consumidores, o que será
sempre lembrado pela publicidade, pela indústria de brinquedos, discos e
livros, pelas escolas particulares, etc. Como trabalhadora ou como consumidora,
a criança participa ativamente enquanto ser social atuando mais ou menos de
acordo com seu estágio de desenvolvimento físico’’ (MIRANDA,2004, P.131-132).
Cabe
a Psicologia na área de Educação os desafios de Identificar distúrbios de
personalidade, conduta ou aprendizagem, corrigir e prevenir a concepção histórica
da infância como algo natural, e contribuir nos problemas do aluno ou na
família, que por vezes é desorganizada e desestruturada, prejudicando desta
forma o desenvolvimento da criança. Indo de encontro ao que pensa ZANELLA
(2009), quando este afirma que a psicologia vem mais do que contribuir com a
superação do fracasso escolar, vem para fazer a manutenção da ordem social
vigente. A Psicologia tem como papel dentro da escola, portanto, a análise das
situações educativas em sua complexidade, atentando para os aspectos políticos,
históricos, econômicos e sociais. Atuando desta maneira, na reflexão e
conscientização junto aos sujeitos sobre as reais dificuldades da sociedade a
qual pertence, em um processo de comprometimento com a mudança, tendo suas
ações voltadas para a cidadania.
Dentro
do âmbito da Saúde, a Psicologia chegou tardiamente, pois esta historicamente
teve como principal forma de trabalho a clínica tradicional. A estruturação de
um novo campo do saber, é iniciada, quando a psicologia abandona a atuação, até
então predominante, como o tradicional atendimento clinico semanal, em
consultórios particulares, de difícil acesso econômico. Coube, um novo olhar
por parte desta nova forma de se pensar psicologia, para o social dentro do
processo de adoecimento. Pois tendo a história da saúde como base a vida
cotidiana das pessoas e das comunidades, podemos considerar que, o modo como o
sujeito adoece e morre, é revelador sobre como o sujeito vive, como afirma
ZURBA (2011). Ainda sobre a prática do psicólogo na perspectiva da saúde
coletiva, afirma ZURBA (2011), que este deve considerar os princípios do SUS
(SISTEMA ÚNICO DE SAUDE), que são: universalidade, equidade e integridade.
Devendo o profissional de psicologia, ter a capacidade de relacionar a prática
clínica com o conhecimento do social, bem como focar na promoção em saúde
mental, o viés das intervenções relacionadas ao campo.
‘’ Os novos campos demandam competências
e habilidades cada vez mais plurais, atuações mais interdisciplinares e
diversificadas por parte de cada um. [...] Os psicólogos são então convocados
tanto para o trabalho clínico junto aos portadores de transtorno mental severos
e persistentes, quanto para o desenvolvimento de atividades coletivas, apoio
matricial junto a equipes de saúde da família, ações de mobilização de recursos
comunitários, entre outras. Por, conseguinte, o psicólogo é convocado a
apresentar competências e habilidades tanto da área clinica quando da
psicologia social, demonstrando assim os riscos de uma formação que segmenta e
antagoniza esses dois campos’’ (FERREIRA, NETO, 2011, p 49).
Podemos concluir com a
verificação de que a psicologia tem uma contribuição importante a dar, tanto no
auxílio a pedagogia, quanto na área da saúde. Neste primeiro campo na redefinição
dos aspectos relativos a socialização da criança, problemas como indisciplina,
violência, rivalidade, competição, descompromisso, individualismo,
autoritarismo, que tanto estão presentes no cotidiano das escolas do Brasil. E
neste segundo viés como suporte e apoio matricial as equipes de saúde, focando
na promoção da saúde em equipes multidisciplinares. Em ambos, a Psicologia deve
atentar aos problemas, que lhe são solicitados resoluções, pela comunidade.
Deve ter em seu caráter pioneiro o esclarecimento e as reflexões que possam vir
a clarear e promover mudança no contexto social.
REFERÊNCIAS
FERREIRA NETO, J.L. Psicologia e políticas públicas: Novas
questões para a formação. IN: FERREIRA NETO, J.L. Psicologia, políticas
públicas e o SUS. São Paulo: Escuta, 2011.
MIRANDA, M. G. O processo de socialização na escola: a
evolução social da criança. In: LANE, Silvia. T. M; CODO Wanderley; (Orgs).
Psicologia Social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense,2004.
ZANELLA, Andrea
Vieira. Psicologia Social e Escola. In: STREY, Marlene Neves, et al. Psicologia Social Contemporânea. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2009.
ZURBA, M.C.
Contribuições da psicologia social para o psicólogo na saúde coletiva.
Psicologia e Sociedade; 23(n. spe), 5-11,2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário